Olá pessoal!
Como todo mundo sabe sou louca por decoração de interiores, paisagismo e como tantas outras pessoas procura a perfeição quando se trata de conforto e estar bem, por isso não posso deixar de postar um artigo que li na revista Casa & Decoração sobre um livro chamado "O PRAZER DE FICAR EM CASA" da escritora Letícia Ferreira Braga e publicado pela editora Casa e Palavra.
Me identifiquei muito com o trecho escrito na revista:
"Eu acordo de manhã e, assim que encosto os pés no chão de madeira, que escolhi com todo cuidado, me sobe, com um suspiro, um sorriso feliz. Acertei. O resto da casa tem piso frio, mas, no quarto, eu quis alguma coisa mais aconchegante, até na cor. Quanto mais eu penso, mais entendo que não existem valores universais para se definir o que é "morar bem". Nem critérios básicos, como espaço e luminosidade, podem ser considerados absolutos, porque a verdade é que existe gosto para tudo. Mas é inegável que uma necessidade primordial de todo ser humano é a de "morar", ou seja, encontrar um local onde possa habitar e, ali, sentir-se protegido, o que não é tão fácil quanto parece, menos ainda em um mundo atribulado como o atual.
Precisamos de ajuda para transformar o espaço à nossa volta em um lugar especial, que embale nosso sono à noite e alegre nossos olhos pela manhã. Para começar, temos grandes aliados que nos acompanham sempre: os cinco sentidos. Por meio deles, temos contato com as coisas, e recebemos dicas confiáveis sobre nossas inclinações mais íntimas: por que o olho foi primeiro para a persiana de palhinha e não para cortina de tecido? Por que a mão decidiu escorregar pela bancada de mármore e não pela de vidro? Quais são as cores, as textura, os cheiros e os sons que, sem querer, a gente procura? Quais são os mecanismos internos que fazem gostar disso e não daquilo? Não existe resposta certa, porque, como seres complexos e individuais, cada um de nós traz em si uma infinidade de referencias afetivas que determinam as escolhas. É claro que, muitas vezes, acabamos fazendo concessões em prol da praticidade ou do conforto, mas o grande determinante, geralmente, é o afeto, porque buscamos a sensação de acalanto e segurança que conhecemos instintivamente.
Portanto, é fundamental sermos conscientes, estarmos em contato com nossos sentimentos e respeitá-los, resistindo à tentação de querer arrumar tudo rapidamente e caindo no consumismo - que pode gerar arrependimentos mil. A nossa casa vai assumindo a própria identidade aos poucos, no dia-a-dia, enquanto andamos por ela, falamos ao telefone, cantamos no chuveiro, cozinhamos para a família, rezamos, brigamos, damos risada, nos sentamos para tomar um café amigo... Tudo isso entra pelos poros das paredes, como uma tinta magica que a gente não vê, mas sente. Um dia chega uma planta, dali um tempo uma luminária, uma almofada diferente para o sofá, sai a luminária, entra uma cadeira, e assim vai. A casa passa, então, a ter vida própria, a contar uma história feita de palavras e silêncio, luzes e sombras, entra e sai de pessoas e coisas. Uma história que a gente não lê, mas sente."
Bom e é exatamente isso, estamos sempre procurando a perfeição, mas cada pessoa tem um gosto, se sente bem com o que gosta, a casa torna-se viva com o que acontece nela, lembro-me que quando entrei na minha casa, ela parecia ser vazia, ser fria, sem energia, mesmo estando cheia de bagunças e de móveis e coisas a organizar, e realmente, com o tempo essa sensação de bem estar, de casa aconchegante, quente, foi aumentando, hoje não troco minha casa, por mais simples que seja, por nenhum outro lugar.
Um beijo, espero que tenham gostado do post.
Suzi